Ilha dos Ventos Volúveis

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Os jovens Renato Lima e Sérgio Gomes, um carioca e o outro proveniente de São Francisco do Sul, chegam no mesmo navio à Ilha de Santa Catarina, em meados dos anos 1940, com o objetivo de encontrar novos horizontes em suas respectivas vidas. A partir daí, o leitor deste livro empreende uma verdadeira viagem rememorativa a então menor capital brasileira, Florianópolis, erguida sobre a bela e extensa ilha, com a sua paisagem deslumbrante, sua majestosa ponte, seus ventos instáveis, seus aromas e sonoridades, suas ruas estreitas, igrejas, praças e jardins. E através das ações, andanças e relacionamentos dos dois personagens, o leitor passa a conhecer a história e os costumes de uma cidade “onde as paredes têm ouvidos e “um olho invisível” a tudo parece acompanhar. À medida que eles vão se identificando com os seus habitantes e integrando-se à fechada sociedade provinciana, surgem figuras marcantes e peculiares, vivendo num tempo em que o mar e o porto exerciam função preponderante na vida local.
Os dois acabam se envolvendo com as belas netas de um rico comerciante, cujo genro, Altamiro de Sousa – que assumira a direção dos negócios do sogro, já em idade avançada – era também um dos homens mais influentes e poderosos da cidade.
Disputas políticas, paixões, traições amorosas, rivalidades, mexericos, preconceitos, nomes reais que se misturam aos personagens e conflitos de gerações literárias, dão o necessário tempero à trama, que se desenvolve em diversos ambientes sociais, tendo como décor, além da luxuriante natureza, bares, restaurantes, clubes e lupanares.

Raul Caldas Filho nos oferece neste romance uma leitura acessível e envolvente e nos transporta a uma época aparentemente mais amena, mas nem por isso menos turbulenta no que concerne ao convívio humano.